Thursday, December 28, 2006

Esperança

O ano está a chegar ao fim. Por mais estranho que pareça não fico muito eufórica com a passagem de ano.
Claro que isso tem uma razão de ser.
Hoje em dia, penso que os jovens têm um futuro complicado, a cada ano que passa surge aquela inquietação terrível: "Será que é desta que fico num local de trabalho fixo?", "Será que após o estágio tenho emprego?".
É frustrante!
Como é possível pensar sequer em fazer um empréstimo ao banco ou constituir família, se nem uma situação profissional estável existe?!
O cenário é desanimador. Por mais força de lutar que haja, por vezes, ficamos em baixo.
Espero que o novo ano traga novas esperanças, que seja possível realizar desejos ou sonhos.

Friday, November 24, 2006

Apetites...

Como é bom passear pela baixa lisboeta e deleitar-me com os enfeites de Natal. Não porque são de Natal, mas simplesmente porque embelezam ainda mais a cidade.
Depois, há a mistura do cheiro das castanhas com a brisa do rio. Eu gosto do cheiro. Gosto de Lisboa.
Não é o trânsito que me chateia, mas sim as pessoas que não sabem conduzir. Em dias de chuva, a cidade é o caos total. Parece impossível, isso sim irrita muito!
Bom, mas pensemos antes em coisas mais agradáveis como uma taça de mousse de chocolate, arroz doce, filhós de abóbora (na minha terra também chamamos de bailharotes), fatias douradas, coscorões, bolo rainha... Ai, uma perdição e neste momento estou com uma vontade imensa de comer um desses doces!
:-)
Até breve!

Wednesday, October 18, 2006

Souvenir

"Como é doce e triste por vezes ouvir
Algum som antigo trazido à memória,
E ver, como em sonhos, algum rosto querido,
Trecho de paisagem, campo, rio ou vale,
Lembrança tão breve, triste e agradável,
Algo que recorde o tempo bom da infância.
Então em dor feliz as lágrimas brotam,
Esse choro subtil que na mente aguarda,
E tudo o já sentido - campo, rio e voz -
Toma outro alcance, na memória adornado,
E lento emerge em fantasiosa luz.
Mas, ai, eis que acordo p'los sonhos traído!
O que sinto e ouço apenas ilusão,
Porque o passado não pode regressar.
Estes campos não são os que eu conheci,
Os sons não são os que ouvi; tudo passou
E tudo o que é passado, ai, não volta mais."
Alexander Search

Tuesday, October 17, 2006

Revolta

Estou chateada! Este país é uma treta!
Tenho um familiar chegado desempregado há mais de um ano, inscrito no centro de emprego, mas sem receber subsídio de desemprego, isto porque o ex-patrão resolveu fazer uma trafulhice quanto à causa do despedimento.
Resumindo: há um ano e tal que o IEFP anda a analisar o caso. Essa pessoa não tem qualquer fonte de rendimento, se não fossem os pais a ajudarem, ainda que pouco, já andaria a passar fome!
Estou revoltada! Como podem fazer isso às pessoas!?
Encontrar trabalho, também, está complicado, uma vez que, a pessoa em causa já tem 50 anos... lá está, muito novo para a reforma, mas para as entidades patronais demasiado velho.
E com tudo isto andam os palhaços a gozar com a vida das pessoas!

Friday, October 06, 2006

A beleza tem um preço

Finalmente conheci "in loco" o castelo de São Jorge. Nunca me vou cansar desta cidade, das suas caracteristicas únicas.
O castelo é, sem dúvida, um espanto... enorme... lindo... misterioso... com tantas histórias escondidas. Lá ficamos a imaginar como seria há uns séculos atrás... eu pelo menos imagino sempre isso.
Recua-se no tempo, esqueci-me que estava em Lisboa. Existem certos locais na cidade que parecem não pertencer aqui. São tão quietos, não há barulho, só o vento e pássaros a chilrear. Apetece ficar ali, por exemplo, a ler um livro, a escrever uma banalidade qualquer ou simplesmente apreciar cada gesto de beleza.
Aconselho vivamente a todas as pessoas que visitem o castelo de Lisboa e deslumbrem-se com a vista magnífica sobre o Tejo.
Apenas lamento que tanta beleza tenha um preço. Entrar no castelo custa 5€. Discordo totalmente. Sou natural de uma cidade com castelo, também com a sua beleza e que pode ser visitado livremente.
Visitar o património histórico quase que poderia ser um dever cívico. É uma forma de conhecer aquilo que os nossos antepassados fizeram, logo deveria ser gratuito.
Muitos dos turistas que estavam a visitar o local, também, mostraram descontentamento pelo exagero do preço. Se querem ajudas para manutenção bastava aplicarem um valor simbólico de 1€. Acredito que teriam muito mais visitas!

Tuesday, October 03, 2006

A minha verdade...

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios,incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."


Fernando Pessoa

Totalmente verdade. Aplica-se a mim tal como a tantas outras pessoas...
Gostava que tudo fosse diferente, existem tantas coisas confusas na minha mente... queria simplesmente andar sossegada, sem inquietações interiores...

Monday, September 18, 2006

O pequeno pombo

Há poucos dias, caminhava eu um pouco desanimada ou, talvez, sem vontade de sorrir quando vi algo que me alegrou de imediato.
Um pequeno pombo encontrava-se empoleirado à beira de um bebedouro num jardim de Lisboa e, claro, bebia água. Mas o mais lindo de ver foi a forma como ele se mexia, quase que adquiria uma forma humana.
Bebia água e molhava com delicadeza as penas.
Simplesmente parei e fiquei a observá-lo.
O pequeno pombo devolveu-me o sorriso.
Os animais são mais graciosos quando se encontram em liberdade e no caso das aves a diferença entre uma em cativeiro e outra que vive selvagem é enorme...
Libertem os animais, deixem que eles mostrem a sua verdadeira essência!

O regresso do Outono

Finalmente!!! O Outono está a chegar... adoro esta época... o fresquinho que já faz à noite, o aconchego de uma chávena de chá ou chocolate quente a fumegarem.
Nestas alturas começo a sentir saudades da lareira de minha casa, lembro-me que em breve vem aí o tempo das castanhas, como é bom assar castanhas na lareira... e melhor ainda, o cheiro bom das castanhas assadas a invadir cada canto da cidade de Lisboa!
Os meses que mais gosto são de Setembro a Dezembro. Têm todos uma beleza única... sabem bem!
Quando a chuva voltar será bom ficar a ouvi-la na cama ou a olhá-la pela janela.
O tempo invernoso transporta-me com maior frequência para épocas antigas, quando os castelos eram habitados...
Poderá não fazer muito sentido, até porque segundo o que se estudou em História, eram épocas muito precárias... Mas vejo mistério e magia quando penso nessa era.
Talvez a vontade enorme que tenho em ir à Escócia seja o motivo destes pensamentos. Aqueles castelos magníficos e aquelas paisagens verdes e lagos são algo de maravilhoso que deveriam mesmo fazer parte das sete novas maravilhas do mundo.

Sunday, July 23, 2006

Adolescência

Hoje vou começar a inserir aqui alguns poemas, mais pensamentos de uma adolescente...
Encontrei-os esquecidos numa gaveta e quando os reli ri-me!! Nessa época os jovens dramatizam tanto a vida, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte!! Eu também fui assim...

"Maldita ingenuidade,
Ai! como eu te odeio
Quebraste a minha seriedade
Apartaste tudo em que creio!!

Sonhar, pensar e acreditar
Relutância e cedimento
Alegria de momento
Agonia pelo tormento

Estupidez imbecil
Maturidade pueril
Reflexão sem exaustão

Não quero fraquejar
Prefiro ocultar...
E olhar o futuro, esquecer o passado"

- De facto... Não sei porque algum dia escrevi isto, nem faz sentido!

"O tortuoso caminho da dor
Me enlutou o coração
O meu rosto perdeu a cor
A minha vida perdeu a razão

Despida de alegrias
Minha alma gela nas tristezas
Com imensas certezas
De cegas paixões sombrias

Meu ser envolto na penumbra
Colmatou o meu amor puro
Nas trevas da sombra

Eu sei, oh paixão indolente
Que (ai tristeza) tracei minha sepultura
Que acalmará a dor fervente"

- Bom, este exagero doentio valeu-me a comparação com Bocage! A professora que mo disse quis ser simpática :)
Eu rio-me e tento lembrar-me da altura em que escrevi isto...

Tuesday, July 04, 2006

Contemplar

Hoje é daqueles dias em que apetece-me sentar junto ao rio e ficar a contemplá-lo.
Quando olhamos a sua superfície parece tão calmo, no entanto no seu interior muitas correntes se cruzam.
Espero sempre que o rio me aconselhe (como se isso fosse possível!). Ainda assim, gosto de inventar que o rio fala comigo, tal como o grilo do "Pinóquio". Assim sinto-me acompanhada.
Quando era criança estava sempre em contacto com a natureza, à medida que fui crescendo esqueci-me de como é bom sentir apenas a natureza, não pensar em mais nada. Olhar para cada traço perfeito de uma árvore, de uma flor silvestre, cheirar o alecrim, correr pela serra, subir às árvores... Ainda oiço a minha avó "Não subas muito alto, aleijas-te!".
Queremos tanto crescer para depois voltarmos a querer ser crianças, livres e puras.
Eu quero manter o equilíbrio!

Tuesday, June 27, 2006

O país que temos

Hoje o Metropolitano de Lisboa presenteou-nos com mais uma greve!
Que os trabalhadores reivindiquem os seus direitos tudo bem, mas arranjem outras formas de o fazer!
Que culpa tem o cidadão comum com a falta de condições de trabalho no Metropolitano de Lisboa?!
Existiam carreiras da rodoviária de Lisboa a fazerem o percurso do metro, mas como é lógico não foram suficientes. Atrasaram ainda mais as pessoas, pois os autocarros não suportavam mais entradas!
Caramba, como quer este país evoluir? Com que imagem ficam os turistas que por aqui se passeiam?
Não é por acaso que quando se fala em Portugal no estrangeiro sejamos associados somente aos três F's: Futebol, Fátima e Fado.
Haja paciência!

Friday, June 16, 2006

Hold still...

In this little towncars they don't slow down The lonely people here They throw lonely stares Into their lonely hearts

I watch the traffic lights I drift on Christmas nights I wanna set it straight I wanna make it right But girl you're so far away

Oh, hold still for a moment and I'll find you I'm so close, I'm just a small step behind you girl And I could hold you if you just stood still

I jaywalk through this town I drop leaves on the ground But lonely people here Just gaze their eyes on air And miss the autumn roar I roam through traffic lights I fade through Christmas nights I wanna set it straight I wanna make it right But man you're so far away

Oh, I'll hold still for a moment so you'll find me You're so close, I can feel you all around me boy I know you're somewhere out there I know you're somewhere out there

Oh, hold still for a moment and I'll find you You're so close, I can feel you all around me And I could hold you if you just stood still
Oh, I'll hold still for a moment so you'll find meI'm so close, I'm just a small step behind youI know you're somewhere out thereI know you're somewhere out thereI know you're somewhere out there

(David Fonseca)

Monday, June 12, 2006

A renegada...

Acordei. Olhei o céu, todos os dias com uma beleza diferente...
Hoje as nuvens queriam escondê-lo. O rio, ao longe, sereno e deslumbrante preparava-se para acolher o vaivém dos cacilheiros.
Esta é a cidade que muitas pessoas detestam, porque as torna cansadas, irritadas e com vontade de fugir!
Lisboa, a cidade que é de toda a gente e não é de ninguém, tal como as suas cantigas. Lisboa é bela, as pessoas é que distorcem a sua imagem e a tornam feia.
Eu sinto a cidade como Eça de Queiroz tantas vezes a descreveu nos seus romances, para mim o Chiado faz-me imaginar que pertenci a uma era descrita pelo escritor. A cidade boémia e multicultural que não reclama as criticas que lhe fazem.
É assim a cidade onde moro grande parte dos dias da semana. E por mais cansaço que o final dos dias me traga, nunca direi que Lisboa é feia. As pessoas, por vezes, não sabem apreciar a beleza nas pequenas coisas, mas ela está lá, mesmo escondida, nós é que temos de a encontrar.

Pequenos gestos cheios de nada...

Quando escrevemos não pensamos nas convulsões que são suscitadas pelo cérebro, o nosso livre arbítrio que faz com que os nossos dedos funcionem. As palavras fluem ao sabor do momento, são pequenos gestos plasmados no nada eterno.